segunda-feira, 8 de março de 2010

Ruas de Santa Cruz


RUA MAJOR NEGRINHO

Esta é a Rua do Campo do Ypiranga, mas, foi também a Rua da Fábrica de Pipoca de seu Zé do Õimbinho (essa foi a única forma encontrada para traduzir o som do apelido) e é também a Rua da Agência dos Correios em nossa cidade. É, sobretudo, uma Rua que contempla vários acontecimentos. Você sabe onde ficava o Parque Diamantina? Talvez por causa da sua idade é que você reagiu assim.

Na entrada da Rua, Zé Novo Deda, mantinha uma oficina de confecção de ancoretas de borracha. Ali também ele fabricava elásticos para shortes a partir de câmaras de ar de veículos. Era o tempo da sulanca, sulanca. Ou seja: tudo na base do improviso. Até a esquina com a então Rua Agamenon Magalhães, residências do lado esquerdo e muro dos currais ao lado direito da rua, após a esquina com a Rua Júlia Aragão. Nesse trecho mais antigo moravam pessoas tradicionalmente santacruzense, como as famílias de seu Zé Novo, seu Abel Rufino, seu João de Deda, Lunga da GAPEL, Louro Caminhoneiro e seu Luiz Amaro.

Antes que qualquer definição de rua, já existia o ‘Campo de Futebol’. Assim chamado antes, o palco dos confrontos envolvendo o Ypiranga e seus rivais de Santa Cruz do Capibaribe e cidades da ‘redondeza’. O Estádio Otávio Limeira Alves, ainda hoje é cenário das maiores emoções nessa rua. Em frente ao Estádio estava a Fábrica de Pipocas. Seu José Oliveira (Zé do Õimbinho) tinha uma fábrica de pipocas e de quase toda parte da cidade ouvia-se o estampido quando mais uma fornalha estava pronta. Era a Festa da gurizada.

E o Parque Diamantina? Esse foi o palco das mais belas vaquejadas da Capital da Sulanca até o ano de 1977. A cada ‘festa do gado’ a cidade fervilhava. Cada um que procurasse se vestir a caráter para tentar ser o destaque da vaquejada. Reuniam-se vaqueiros e aficcionados de diversos lugares e várias classes sociais. E, acreditem, a atração máxima era mesmo a corridas de mourão, os vaqueiros e as excelentes disputas pela taça de campeão da festa. Foi lá que surgiu o famoso boi carrapeta. Ninguém conseguiu derrubá-lo nas vaquejadas de Santa Cruz do Capibaribe.

A agência dos Correios e o Bar da Poeira foram os últimos a chegarem a esta Rua que era uma verdadeira casa de festejos. O velho, porém resistente Estádio mantém acesa (mais que nunca) a sua chama e a mobilização dos amantes do futebol. Êta pessoal. O tempo passa e nós teimamos em querer segurá-lo mesmo sabendo ser impossível.

Por J. Oliveira.

Leia na próxima, a Rua Antonio Pereira de Abreu.

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