terça-feira, 17 de maio de 2011

Coluna: Santa Cruz em memória‏

Antônio Burgos, Mito ou realidade? II

Como havíamos dito na coluna passada, entender o surgimento da cidade de Santa Cruz do Capibaribe tem sido um desafio para os amantes da história, em virtude da escassez de fontes oficias sobre essa região.
Foi nesse contexto que nossa coluna gerou diversas polêmicas fui surpreendido com diversos questionamentos, durante a semana, sobre a existência do português Antônio Burgos.
Como tinha dito semana passada o meu objetivo não é apagar da história, construída através de uma oralidade coletiva, o nosso português, pois o mesmo hoje tem uma história de certa forma consolidada em nossa população, seu nome é local de memória em rua, escola, condomínio etc. Contudo temos por obrigação questionar a história dada como pronta e acabada, pois como aborda Michael Pollack, nosso objetivo não é tratar a história como memória fixa e imóvel .
Uma outra versão para o surgimento de Santa Cruz!
Como havíamos abordados na coluna anterior se nos pegarmos aos registros e documentos, poderíamos dar Outra versão para o surgimento da cidade de Santa Cruz do Capibaribe. A mesma teria surgido como tantas outras cidades do interior brasileiro, principalmente no nordeste, a partir das grandes fazendas.
Se adentrarmos neste contexto, Santa Cruz do Capibaribe surgiu a partir da fazenda Santa Cruz, pertencente ao alferes José Francisco Cordeiro de Arruda. A fazenda era localizada onde hoje se encontra a Avenida Padre Zuzinha, marco zero da cidade, e o território pertenciam ao município de Taquaritinga do Norte, em Pernambuco. Na década de 60 do século XIX, o alferes teria vendido a propriedade a Antônio Francisco Aragão, tronco da tradicional família Aragão de Santa Cruz do Capibaribe. A partir daí, aos redores da fazenda começaria a surgir um pequeno povoado, formado principalmente pelos familiares dos funcionários da fazenda.
José Francisco Cordeiro, proprietário da fazenda, teria doado à Igreja Católica 130 braças de terra, que foram de muita utilidade na década de 70 do século XIX, para passagem missionária do Padre José Antônio Pereira Ibiapina na região. Padre Ibiapina, como ficou conhecido nacionalmente, aos 47 anos de idade, iniciou uma obra missionária, visitando varias regiões do Nordeste, erguendo inúmeras casas de caridade, igrejas, capelas, cemitérios, cacimbas d’água, açudes e outras obras em diversas cidades do interior.
Referências e recomendação para leitura sobre nossa história.
LISBOA, Lindolfo Pereira. Raimundo Aragão sua vida suas obras. 1ª. Ed. Recife: edições Míriam Regina 2003.
ARAÚJO, Júlio Ferreira. História de Santa Cruz do Capibaribe. 1ª. Ed. Santa Cruz do Capibaribe: 2003.

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